O ponto principal, usado pelo diretor Elie Chouraqui, no filme “ O Resgate de Harrison”(2000, co-produção francesa) é a luta de uma esposa, a jornalista Sarah, em uma busca emocionante e arriscada ao marido, o fotógrafo de guerra, Harrison Lloyd, que desaparece quando vai registrar os horrores da guerra da ex-Iugoslávia.
Harrison que já está cansado de presenciar tantos horrores de guerra, decide fazer deste seu último trabalho e depois voltar e se dedicar definitivamente à família e seu hobby de cultivar flor. Ao aceitar a missão de cobrir os eventos na Iugoslávia, o fotógrafo se vê numa realidade assustadora, visto que a “Guerra dos Balcãs”, como também ficou conhecido este conflito, se mostrou como uma das guerras mais violentas e sangrentas da história. Quando Harrison é declarado morto no front croata Sarah , interpretada pela atriz Andie MacDowell não se conforma, recusa-se a acreditar na notícia e parte para a Iugoslávia para encontrar o marido. Com a ajuda de colegas fotógrafos (Adrien Brody), Sarah, com firmeza e determinação, mergulha nas loucuras de uma guerra real que ocorreu entre os anos de 1991 a 2001. Esta guerra foi causada por uma combinação complexa de fatores políticos e religiosos: o fervor nacionalista, crises políticas, sociais e de segurança que se seguiu ao fim da Guerra Fria e a queda do comunismo na ex-Iugoslávia.
Este cenário de terror que é o da guerra é o ambiente de trabalho para os profissionais em fotografia que se especializam em registrar os conflitos ao redor do mundo e as vertentes destes conflitos como os genocídios, destruição total de cidades, fome e misérias. Existente desde a Guerra da Secessão Americana e a Guerra da Criméia, no final do século XIX, a fotografia de guerra viu sua evolução, como o surgimento de câmeras mais portáteis como a Leica, para facilitar o trabalho dos fotógrafos nos fronts de batalhas e com o crescimento de sua importância como fonte jornalística determinante e verídica de fatos reais.
Se primeiro, a Fotografia de Guerra preocupou-se com imagens icônicas e gloriosas da Primeira e Segunda Guerras Mundiais, viu-se totalmente preocupada em mostrar os horrores e violências cometidas na Guerra do Vietnã. Neste conflito vemos de forma mais clara, vítimas queimadas pelo efeito do Nalpam e crianças vietcongs são mostradas como vítimas de soldados americanos, que ao contrário do aspecto de heróis da Segunda Guerra, são vistos como jovens loucos, drogados ou assustados e enganados pela propaganda mentirosa de luta pela liberdade que os EUA justificaram para essa guerra.
A História da Fotografia de Guerra segue evoluindo para uma Guerra do Golfo e do Iraque até os conflitos terroristas atuais, preocupada com a autenticidade de imagens, hoje geradas pelo processo digital, fáceis de serem manipuladas, evitando assim, conflitos políticos maiores. Houve também, nestes conflitos a distribuição pela mídia de uma visão distanciada de bombardeios e explosões, geralmente produzidas dos próprios aviões- caças, como em jogos de video games, evitando ao máximo mostrar os grandes homicídios e destruições causados pelas guerras.
A Fotografia de Guerra é um ramo fantástico dentro da história da fotografia e tem fatos e autores interessantes, como é o caso do grande fotógrafo Robert Capa, único presente a registrar o episódio do dia D, na Segunda Guerra Mundial, o resultado do seu trabalho (pouco visto devido a um erro do laboratório), foi de grande valia para o cineasta Steven Spielberg criar a cena inicial do seu filme “O Resgate do Soldado Ryan”.